Resumo Do Bar O
O Barão é uma novela inquietante, cuja base é uma grande metáfora: o encontro de duas criaturas, dois tempos e duas maneiras de estar no mundo. O inspetor sem nome, nosso narrador em primeira pessoa, é chamado à Serra do Barroso para proceder uma sindicância na escola da pequena vila. Lá, encontra-se com uma professora que o apresenta ao Barão.
Era uma figura que intimidava. Ainda novo, com pouco mais de quarenta anos, tinha um aspeto brutal, os gestos lentos como se tudo parasse à sua volta durante o tempo que fosse preciso. O ar de dono de tudo.
Mas, observando-o detidamente, bebendo-lhe as palavras, os gestos inquietos ou brutais, o inspetor de escolas descobre nele, o Barão, um encantamento, uma simpatia que não fosse, talvez, observado ou compartilhado pelos demais habitantes da pequena vila. Saem da hospedaria e se dirigem ao castelo do Barão.
Anoitece e chegam ao castelo, um solar medieval, rústico e denso, atmosfera de um tempo perdido.
O Barão começa a contar histórias sem parar. E bebe também sem parar enquanto conta. Ao se referir a Ela, sua amada, a Bela Adormecida, o Barão deixa ver sua emoção mais funda e chora. No entanto, é interessante que ele considera as mulheres todas umas animalescas. Apenas Ela é digna de todo amor. Só a bela Adormecida [ veja aqui a conotação do tempo: a que adormecida espera pelo ser amado, alienado dos acontecimentos e do mundo que a cerca].
A conversa entre ambos chega ao máximo da emoção. Neste instante, o Barão pede que Idalina chame a Tuna, ou seja, um bando de 50 homens ou mais, todos de rosto semi-escondido, de tamancos, que retiram de seus capotes os instrumentos mais inesperados: violinos, bandolins, gaitas, grandes tambores, violões.
A música é tão intensa que contagia Idalina, o hóspede e o Barão; eles passam, então, a dançar em ritmo desenfreado, acercando-se de um grande êxtase. O Barão toma, como se num ritual sem explicação, um banho de vinho branco, a fim de purificar-se e poder