resumo de vida e carreira
Vida pessoal e vida profissional
Cortella- Não gosto da separação entre vida pessoal e profissional, uma vez que o trabalho faz parte da vida pessoal.
Mandelli- A pessoa é sempre devedora da empresa, pois deve competência, desempenho, equilíbrio, etc... O aumento da competitividade da década de 90, levou as pessoas a se esforçarem mais para entrar no mercado.
Cortella- E aí ficamos devedores em casa devendo presença, companhia, dedicação, etc...
Mandeli- Se a pessoa se dedica mais à família a empresa a penaliza, considera que está desmotivada, sem interesse para crescer.
Trajetórias
Mandeli- Antigamente as pessoas queriam uma carreira para ter riqueza e crescer na empresa significava trabalhar menos e ter mais status. A cerca de 50 anos atrás meu pai entrou em uma multinacional e dizia: É aqui que vou fazer a minha vida. Ele assumia cargos na esperança de riqueza. A empresa induzia a pessoa com frases: Quando seu Antônio entrou aqui era office boy, depois se tornou diretor. Dos anos 90 para cá não é mais de riqueza e sim de segurança: “Se eu não for o melhor Não tenho onde trabalhar”.
Cortela- Eu sou dispensável.
Mandeli- Isso mesmo. Assim o empregado procura ser o melhor para permanecer e não para enriquecer.
Cortela- Meu pai aos 17 anos começou a trabalhar num banco como contínuo (office boy) sem o primário completo. Fez carreira durante 40 anos até chegar a diretor. A carreira era considerada uma promessa e não ameaça.
Mandeli- A empresa criava as suas pessoas, dava um sobrenome, atribuía um valor na sociedade e as pessoas dependiam dela. A pessoa podia ir para a produção, marketing etc...mas sempre dentro da empresa. Eram pirâmides organizacionais. A partir do século XX e da competitividade, esse modelo se enxugou e ficou com poucos níveis: 3 ou 4, “agora tenho que ser o mais competitivo possível”, ser o mais ágil e o mais barato. Houve um enxugamento das perspectivas humanas em uma organização. As