Resumo crítico do filme tempos modermnos
765 palavras
4 páginas
O homem contra a máquina. Não só a máquina robótica e mecânica, mas a do sistema, que manipula e corroi a humanidade, a sociedade e o próprio sistema sócio-econômico mundial. Um sistema envenenado pela cobiça do homem. Uma luta infinita rumo à auto-destruição. Acredite, com muita alegria, criatividade e inteligência, Charles Chaplin fez de Tempos Modernos uma fábula do homem e da máquina, da fome e do poder, do comunismo e do capitalismo. É também um filme anárquico, quase filosófico, mas que crê num futuro rentável, apaziguado e consumido pela paz, onde homens e máquinas poderão caminhar lado a lado, não em direções opostas. Uma grande ideia e um argumento brilhante, mas que dificilmente funcionaria nas mãos de qualquer outro diretor - deste e de outros tempos. Além disso, o filme que de melhor maneira representa o poder da imagem e como ela pode contar uma história.Em 1936 (data de lançamento de Tempos Modernos), o cinema falado já existia há dez anos, mas Chaplin continuava mudo. Na verdade, arriscou algumas falas aqui, mas nada mais que rádios, máquinas e o dono da fábrica, que "não guarda nenhuma semelhança com Henry Ford". Ademais, manteve a estrutura do cinema mudo, com diálogos textuais na tela quando as imagens não podiam imprimir o que se passava. Mais uma vez, a nível de sua filmografia, funcionou - e como nunca. Funcionou porque Chaplin era um mímico, um imitador elegante. Sabia como ninguém causar impressões, descrever cenários e personagens com o poder do gesto, do corpo e da alma. Tinha ética, linha de conduta, muitas ideias, sonhos, vontade de fazer. E fez.
Aqui, Chaplin satiriza, torna movimentos corporais parte da história, do subtexto argumentativo. Populariza e imortaliza seu personagem, o maior de todos: Carlitos, vulgo vagabundo. Dá voz (pela primeira e última vez) ao personagem em uma cena antológica, cantando uma canção inteligível. Um verdadeiro apanágio. Surge também como um alerta de que o homem, que da terra e de outros animais