Resumo - crime do padre amaro
2156 palavras
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QUEIRÓS, Eça de. O Crime do Padre Amaro. São Paulo: Editora Ática, 1984. Publicada pela primeira vez em 1875, essa obra é, sem sombra de dúvidas, a mais polêmica de todas as escritas por Eça de Queirós. É também, uma das mais famosas, pois trata do comportamento nocivo e corrupto não só dos padres, mas do clero em geral. Além disso, nesse romance, percebe-se, claramente, o combate aos valores éticos e morais vigentes na sociedade portuguesa da época, que eram considerados como fundamentais para as pessoas e famílias de bem. Como se observa essa obra não tem simplesmente a intenção de contar a história amorosa de Amaro e Amélia. Muito pelo contrário, seu objetivo é analisar o comportamento dominador e corrupto do clero e do Governo sobre a atrasada e hipócrita sociedade portuguesa da época, encontrar os motivos da decadência dessa mesma sociedade e provar que os indivíduos que a compõem são vítimas desse sistema injusto e cruel, foi contemporâneo à segunda Revolução Industrial. ”As velhas amigas estavam já na sala de jantar. Ao pé do candeeiro de petróleo, Amélia costurava.” (p.50) A obra se baseia na história amorosa de um jovem padre, que usa da sua posição de prestígio na sociedade portuguesa para realizar seus desejos. Acaba conhecendo uma jovem, chamada Amélia, e se apaixona por ela, o que não era permitido na sociedade. Essa trama é contada pelo principal exemplo de narrador do realismo-naturalismo, o narrador em 3ª pessoa, consciente e onipresente, ou seja, que não participa da história, mas sabe tudo que acontece com os personagens e seus sentimentos. “Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia.” (p.13) Nesta obra, também aparece alguns textos em 1ª pessoa, como as cartas trocadas entre alguns personagens. [...] Se tu soubesses como eu te quero querida Ameliazinha, que até às vezes me parece que te podia comer aos bocadinhos! Responde, pois e dize se não te parece que