Resumo clg
Cap III- Objeto da linguística
1- A língua e sua definição:
O objeto concreto e integral da linguística é difícil de delimitar.
Outras ciências trabalham com objetos previamente dados e que se podem considerar, em seguida, sob diversos pontos de vista.
Em linguística tal relação não ocorre , pois é o ponto de vista que cria o objeto. E seja qual for a oposição que se adote, o fenômeno linguístico apresenta perpetuamente duas faces que se correspondem e das quais uma não vale senão pela outra:
a) As silabas se articulam pelos órgãos vocais e são percebidas pelas impressões acústicas. Não se pode produzir a língua ao som, nem separar este da articulação vocal.
b) O som não constitui a linguagem. Ele forma com a ideia uma unidade complexa, fisiológica e mental.
c) A linguagem tem um lado social e outro individual, ambos interdependentes.
d) A linguagem implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido e uma evolução. A unidade que une ambas as coisas é tão intima que é difícil separa-las.
Assim, o fenômeno linguístico é sempre dualista, possui duas faces que se correspondem, e uma não vale senão pela outra. Qualquer que seja o lado pela qual se aborde a questão, o objeto não se oferece integralmente.
Entretanto, há uma solução para todas as dificuldades: é necessário colocar-se no terreno da língua e toma-la como norma de todas as outras manifestações. Dentre tantas dualidades, a língua parece suscetível duma definição autônoma e fornece um ponto de apoio satisfatório.
A língua é a parte fundamental da linguagem. É um produto social da faculdade de linguagem e um conjunto necessário que permite o exercício da linguagem pelos indivíduos.
A linguagem é física, fisiológica e psíquica. Pertence ao domínio social e individual ao mesmo tempo. É inclassificável em qualquer categoria dos fatos humanos, pois não se sabe como inferir sua unidade. A língua, ao contrario, pode ser considerada em si mesma e tomada como principio de classificação.
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