Resumo - Classes de estímulos e implicações para uma análise comportamental
Julio C. de Rose
Universidade Federal de São Carlos.
Pensar e falar envolvem a capacidade de agrupar estímulos em classes. Essas classes são formadas a partir de relações entre os estímulos estabelecidas de alguma maneira. Tais relações constituem a base dos conceitos. Existem 3 tipos de relações que podem formar classes de estímulos: similaridade física, relações arbitrárias entre estímulos mediadas por resposta comum e relações arbitrárias entre estímulos.
SIMILARIDADE FÍSICA Ocorre generalização no interior de uma classe, por meio de abstração (no sentido de ignorar as diferenças e focar-se nas semelhanças entre objetos de uma mesma classe), e discriminação entre classes. Entre estímulos de uma mesma classe é possível fazer distinções refinadas de um mesmo conceito, ou seja, um conceito envolvem estímulos que, apesar de terem algumas características em comum, têm também diferenças perceptíveis. Tais diferenças podem ser mais ou menos perceptíveis de acordo com a comunidade verbal; um exemplo disso seria a existência de vários nomes para cada tipo de neve em alguns povos e apenas a denominação "neve" para outros. A comunidade verbal em que um indivíduo está inserido modela e refina as discriminações que este é capaz de fazer, reforçando as correlações corretas com o entendimento e comunicação. Correlações incorretas resultam em não ser entendido por outros.
RELAÇÕES ARBITRÁRIAS: MEDIAÇÃO POR RESPOSTA COMUM Qualquer tipo de relação arbitrária é formada sem que exista semelhança física ou atributos comuns entre os estímulos. Uma resposta comum pode servir de mediadora para que estímulos dissimilares se tornem funcionalmente equivalentes e constituam uma classe funcional. Dessa maneira, a resposta comum de brincar faz com que uma boneca, uma bola e um trenzinho façam parte de uma mesma classe funcional denominada "brinquedos" Cada um dos estímulos deve ser pareado