Artigo 01 A Natureza das Atitudes
Eagly, A. H. e Chaiken, S.
Algumas pessoas apoiam políticas sociais como a legalização do aborto ou assistência de saúde aos pobres, e outros se opõem a estas políticas. Algumas pessoas endossam ideologias como o feminismo ou o conservadorismo político, enquanto outros as desaprovam. Algumas pessoas estão satisfeitas com seus empregos, e outras não. Entender diferenças individuais como estas tem sido a muito tempo um interesse de psicólogos sociais, que usam o conceito de atitude para descrevê-las. Na linguagem da psicologia social, uma pessoa que é a favor da legalização do aborto é vista como possuidora de uma atitude positiva em relação a esta política, enquanto uma pessoa que não é favorável em relação à legalização do aborto é vista como possuidora de uma atitude negativa em relação a esta política.
Psicólogos sociais têm tradicionalmente suposto que as avaliações das pessoas a respeito de políticas sociais e outras entidades em seu ambiente social têm grandes conseqüências. Têm-se postulado que as atitudes motivam o comportamento e exercem efeitos seletivos em vários estágios do processamento de informações (ex., atenção, percepção, evocação). Acredita-se que as atitudes discrepantes que freqüentemente caracterizam diferentes subgrupos de uma sociedade estão por trás do conflito social que questões políticas e sociais às vezes engendram. Por causa da importância atribuída às atitudes como causa de fenômenos individuais tais como comportamento atitude-consistente e percepção seletiva, assim como de fenômenos societários tais como discriminação e conflitos sociais, o conceito de atitude tornou-se um constructo fundamental para a maioria dos cientista sociais.
Embora a pesquisa sobre atitudes seja popular em todas as ciências sociais, o constructo tem sido mais central para a psicologia social do que para qualquer outra disciplina acadêmica. A afirmação de Allport (1935) de que “o conceito de atitude é provavelmente o mais