resumo cidade das palavras
Capítulo 1 Para Doblin, escrever era um processo que nos levava do presente ao futuro, um fluxo constante de linguagem que permitia que as palavras dessem forma e nome a uma realidade, sempre em processo de formação. Doblin servia como medico na primeira guerra mundial. Durante a segunda guerra por ser um homem judeu ele teve que fugir da Alemanha nazista e foi procurar exílio nos EUA. No exilio ele se sentia incapaz de encontrar uma linguagem em comum com seus anfitriões, assim ele se sentia isolado. Doblin vivenciou a fundo a sensação de ter sido condenado pela literatura a um estado de pátria. Ele escreveu no exilio vários livros onde a linguagem era protagonista e tentava restituir ao leitor o sentido original das coisas.. Sua concepção da linguagem que tanto dá forma à realidade como a torna inteligível me parece conservar toda a validade. Para ele a linguagem era um ser vivo que não reconta mas representa o nosso passado. Para Doblin, as histórias eram um modo de registrar nossa experiência do mundo, de nós mesmos e dos outros. As histórias são nossa memória e por meio da sua ambiguidade errática tenta convencer seus leitores de sua precisão. Doblin voltou do exílio para Alemanha como funcionário do Ministério da Educação e para ele a Alemanha só poderia se recuperar de Hitler caso encontrasse uma identidade coletiva que reunisse liberdade pessoal e objetividade inclemente. Afirmavam que Adão foi o inventor da escrita e que, por meio dessa arte, inventou os nomes que proferiu, conforme a natureza de cada criatura. Segundo Platão a cidade de Atlântida é um espelho físico da ordem social, e para ele, a cidade deve ser um reflexo da história que se conta a seu respeito. Platão parece acreditar que a realidade criada pelas palavras é nociva por ser apenas uma projeção de desejo. Seus contemporâneos e seus leitores buscam na literatura alguma forma de entretenimento soporífero e de aprendizados de segunda