Resumo Aureanice
No texto de GUATARRI (1980), na primeira parte intitulado CULTURA: UM CONCEITO REACIONÁRIO, o autor inicia seus comentários abordando o conceito de cultura como sendo reacionário. Nesse sentido aborda-se que de PROUST, centraliza-se na ideia de que não é possível existir a autonomia de algumas esferas, tais como a da musica, das artes plásticas entre outras. Assim entende-se que a cultura apenas será uma esfera com autonomia em nível dos mercados de poder, dos mercados econômicos, como bem explica GUATARRI (1980, p. 15). Isso demonstra um esforço do autor em apresentar as relações entre a cultura e o capitalismo, através de um modo de controle da subjetivação que se constituirá em uma “cultura de equivalência”. Assim seguimos a explicação desse termo segundo o autor onde “desse ponto de vista o capital funciona de modo complementar à cultura enquanto conceito de equivalência” (p. 16). Com isso, o lucro do capitalismo não seria proveniente apenas da mais-valia e sim dominando a subjetividade. No contexto das relações entre cultura e capitalismo, existe o debate em relação à cultura de massas, onde os indivíduos tornam-se normatizados, articulando-se a sistemas hierárquicos, de valores e de submissão. Fica exposta nesse cenário uma produção de subjetividade, sendo esta social e ocorrendo em todos os níveis, sendo de produção ou de consumo. É interessante notar a articulação do autor com o termo cultura, onde o mesmo nos apresenta os vários sentidos da referida palavra no decorrer da História, atribuindo à mesma três sentidos: “cultura-valor”, “cultura-alma coletiva” e a “cultura-mercadoria”. Essas três categorias, segundo GUATARRI (1980), estão ligadas a classe burguesa que apesar de aparentar buscar uma “democracia cultural”, continuam instaurando uma prática de segregação no campo cultural. O autor continua no seu texto relacionando a cultura com a prática capitalista como fica evidente quando o mesmo afirma que “a