Resumo 1889
LIVRO “1889 (Como um imperador cansado, um marechal vaidoso e um professor injustiçado contribuíram para o fim da Monarquia e a Proclamação da República no Brasil)”
“Senhor Barão, Vossa Excelência está preso! – Tenente Adolfo Pena, ao dar voz de prisão ao Barão de Ladário, ministro da Marinha, na manhã de 15 de novembro de 1889
INTRODUÇÃO
A Proclamação da República não é uma data muito lembrada. O brasileiro tem vínculo maior com efemérides até regionais, como o 9 de julho em São Paulo. Isso acontece, porque o brasileiro comum não teve participação decisiva no movimento republicano. A República brasileira nasceu descolada das ruas.
Não houve derramamento de sangue na mudança de regime, mas nos dez anos subsequentes com a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, Canudos no Nordeste e outros movimentos. As feridas abertas nesses conflitos marcaram a primeira fase republicana brasileira com a censura da imprensa, o Parlamento fechado, a prisão e a deportação de adversários políticos.
A República Velha, que durou até 1930, também ficou distante do povo e celebrizou a política do café com leite: mineiros e paulistas revezavam-se no poder central. Quem mandava era a mesma aristocracia rural que havia dado as cartas na época da Monarquia.
A Monarquia feneceu sozinha. Sofreu um desgaste natural. A abolição da escravatura em 1888 sem indenização aos proprietários de escravos e a Guerra do Paraguai foram “os últimos pregos do caixão” do regime.
A República surgiu do contraste entre os rituais da nobreza e seus palácios de cristal em Petrópolis, e a dura realidade da escravidão, do analfabetismo e da fraude eleitoral. Na verdade, a Monarquia não foi derrubada, ela desmoronou.
A estranheza entre as promessas e a prática republicanas esclarece, em parte, a atual falta de prestígio do Quinze de Novembro no calendário cívico nacional.
“Vocês fizeram a República que não serviu para nada. Aqui agora, como antes, continuam