respeitar as diferenças
Em que medida nossa sociedade é de fato inclusiva por princípio? Queremos e agimos de forma que nossas crianças e adolescentes se desenvolvam como pessoas diferentes? Valorizamos todos os dias seus sonhos, projetos, maneiras e tempos de viver e de aprender sobre as coisas? Observamos e aprendemos com eles sobre suas formas de se expressar, de se vestir, de pensar e de ser? Constituir uma sociedade inclusiva representa educar crianças e jovens para o contexto de diversidade que caracteriza a sociedade do século XXI, procurando aprender novos e especiais jeitos de educá-los e amá-los. Como seres humanos, somos diferentes. Essa é a nossa condição humana. Pensamos de jeitos diferentes, agimos de formas diferentes, sentimos com intensidades diferentes. E tudo isso porque vivemos e aprendemos o mundo de forma única, singular. Mesmo irmãos gêmeos e criados em condições semelhantes sentem e compreendem as situações cada um a sua maneira. Muitas famílias e escolas, entretanto, vêm sendo injustas com as crianças e jovens porque os comparam e exigem que se comportem, aprendam, gostem das coisas e das pessoas do mesmo modo – o que não é natural. A celebração da diversidade é um verdadeiro desafio. O modelo que pautou a educação no último século teve sempre por referencial a competitividade e a busca do padrão, da comparação, da classificação entre melhores e piores. Neste século, ao contrário, urge (re)valorizar a criação, a sensibilidade e o respeito pela dignidade humana para acabar com a miséria social gerada pelo espírito de competição que nos legou o passado. Dignidade é sinônimo de uma educação que leve em conta diferenças, desejos, reações, necessidades individuais sem impedimento de qualquer ordem (social, cultural, étnica, religiosa, física). Somos especiais e diferentes. Temos todos, crianças, jovens e adultos, necessidades educacionais e afetivas especiais, temos direito a uma vida digna, direito de sermos valorizados em nossa forma de viver, de