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Nunca se falou tanto em cidadania como nos tempos de hoje. Isto acontece em todo o mundo contemporâneo e o Brasil não é exceção. Todos falam em cidadania desde aqueles que no espectro ideológico se situam á direita, como aqueles que se situam à esquerda. E geralmente o termo cidadania vem acompanhado de adjetivações como por exemplo: cidadania crítica, cidadania consciente, cidadania participativa, etc..
Apesar das diferentes definições do que seja cidadania o seu caráter público, originário da sociedade grega antiga, ainda permanece. Só podemos ser cidadãos em sociedade.
Esta vivência em sociedade não será possível sem deveres, é verdade. Mas também não será possível sem os chamados direitos que tentam dar o equilíbrio necessário entre os interesses individuais e o interesse público.
Por isso ao longo da história a cidadania vem se afirmando e se consolidando com a conquista de direitos. E isto de tal forma, que não podemos desvincular os chamados direitos sejam os políticos, sejam os econômicos e sociais de sua definição, da sua vivência.
Contudo, é oportuno observar que nas décadas de 60 e 70 este termo não tinha a importância que tem hoje. Nesta época cidadania tinha uma concepção pejorativa. Entre setores da esquerda política, principalmente, este tema estava vinculado ao engodo, à ideologia burguesa. Por isso não lutavam pela cidadania mas pela revolução socialista, pelas mudanças estruturais profundas.
Tal postura estava de acordo com as críticas de Karl Marx à cidadania moderna burguesa. Ele as explicitou nos anos quarenta do século XIX no seu estudo sobre as estruturas das Revoluções Americana a Francesa, fonte da cidadania moderna. Ele sintetiza as suas objeções neste trecho de um de seus escritos: "à sua maneira, o Estado anula as diferenças baseadas no nascimento, na posição social, na educação e na profissão, quando declara que o nascimento, a posição e social, a educação e a profissão não