Resistência de Cana a cigarrinhas

1. Introdução
Segundo dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o Brasil é o maior produtor de cana, açúcar e etanol e está ganhando o mercado externo com o uso de biocombustível.
Com o crescimento da produção veio a ampliação da colheita mecanizada, e com esta a queima prévia da palhada não se fez mais necessária, o que acarretou no aumento das cigarrinhas-das-raízes na cultura, que gerou grandes perdas na produtividade dos colmos e de açúcar (Dinardo-Miranda et al., 1999), além de intervir de forma negativa nos processos de produção de açúcar (Presotti, 2005) e álcool
(Gonçalves, 2003).
As cigarrinhas-das-raízes, Mahanarva fimbriolata (Stål) pertence à ordem
Hemiptera, família Cercopidae, sub- família Tomaspidinae e tribo Tomaspidini
(Mendonça; Mendonça, 2005), tem como hospedeiros naturais as gramíneas nativas da região norte do Brasil e as do gênero Brachiaria (Mendonça et al., 1996), sendo a canade-açúcar um hospedeiro alternativo. Ainda que sejam relatados a presença de cigarrinhas em várias partes do mundo, Fewkes (1969) alegou que elas eram pragas comuns da cana-de-açúcar somente nas Américas.
Pode-se verificar a presença da cigarrinha-das-raízes em quase todas as regiões canavieiras do Brasil. Com o acréscimo das áreas de colheita de cana crua no estado de São Paulo, esta praga tornou-se relevante a partir do final da década de 1990. Sem a queimada da palhada, os restos culturais contribuíram para que a umidade do solo fosse mantida, beneficiando expressivamente o crescimento populacional do mesmo
(Dinardo-Miranda, 2003). Caso parecido acontece nos estados de Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e Goiás, pois fazem fronteira com vastas áreas de pastagens, que também são hospedeiras de M. fimbriolata (Dinardo-Miranda, 2003).
As cigarrinhas possuem aparato bucal picador-sugador, com ele sugam seiva das raízes (ninfas), principalmente, e das folhas (adultos), podem também sugar bainhas e colmos. Podemos encontrar