Resenhatexto
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Resenha sobre o texto:Garcia, Elisa Frühauf. “Identidades e Políticas Coloniais: guaranis, índios infiéis, portugueses e espanhóis no Rio da Prata, c.1750-1800” . Anos 90, Porto Alegre, v. 18, n. 34, dez. 2011, p. 55-76.
Aspectos da Colonização e população indígena
O texto demonstra que, o governo espanhol da América ancorava-se na política de separação da população em duas repúblicas distintas, a dos índios e a dos espanhóis. De acordo com tal modelo, os índios inseridos diretamente no mundo colonial deveriam viver em um determinado território, mantidos afastados o máximo possível de quaisquer contatos com os demais segmentos da população. Ao exemplo disso, a experiência missioneira dos jesuítas no Paraguai teria sido um exemplo do sucesso do princípio de separação, ao conseguir manter os missioneiros afastados dos contatos com os ibéricos e com os índios não aldeados.
Referente as regiões fronteiriças do Império espanhol, como era o caso do Rio da Prata, estas, eram ocupadas por uma população indígena chamada de não submetida, ou infiéis, frequentemente representada como um entrave ao pleno funcionamento e expansão da sociedade colonial. Tais regiões eram disputadas pelos estados europeus, envolvidos na ocupação do território americano, especialmente portugueses no caso platino. Nesses espaços o estabelecimento das missões atendia ainda a fins eminentemente estratégicos. As missões foram organizadas em função da defesa do território contra as pretensões expansionistas dos estados concorrentes e dos ataques da população indígena não submetida a divisão entre duas categorias de índios, geralmente traduzida em termos dicotômicos, amigos e inimigos, correspondiam às próprias necessidades do governo colonial: não dispondo dos recursos necessários para fazer frente a tais ameaças. Desta forma, os índios aldeados deveriam funcionar como bastiões na defesa dos interesses dos respectivos monarcas.
De acordo com a autora, o processo de disputa luso-castelhana pela