ResenhaAntropofagiaOrganizacional

RESENHA: ANTROPOFAGIA ORGANIZACIONAL

RESENHA
O artigo de Wood Jr. e Caldas (1998), entitulado “Antropofagia Organizacional”, apresenta uma discussão acerca dos motivos pelos quais as empresas locais importam tecnologias e práticas estrangeiras e as barreiras enfrentadas por elas. Os autores, após realizarem uma discussão teórica acerca de diversos pressupostos relacionados, propoem um método antropofágico para esse tipo de importação em países emergentes.

Inicialmente, é apresentada uma definição sobre o que é a antropofagia, com base na história americana, onde os nativos se alimentavam daqueles que derrotavam em guerras para absorver coragem e honra. Em uma alusão ao termo, a antropofagia organizacional é exemplificada pelas organizações que copiam métodos estrangeiros, por acreditarem serem melhores que os nacionais.

O problema, porém, é que existem diversos fatores que podem barrar o sucesso dessas importações, como instabilidade ecônomica, cultura organizacional e instituições pouco consolidadas. As corporações acabam adotando uma “postura etnocêntrica”, inclusive “às avessas”, sugerindo que a maneira com a que trabalham nos países de origem é superior, e por isso deve funcionar nos países emergentes.

Na sequência, para maior contextualização, são apresentados alguns casos de fracasso, de importação de modelos estrangeiros, e um caso de sucesso, que foi o caso do Fiat 178, concebido pela Fiat Brasil e uma equipe multinacional.

Um método de antropofagia organizacional é apresentado como alternativa aos insucessos realizados por diversas empresas. Esse método, comparado à “adaptação criativa”, traz alguns passos para que seja feita a desconstrução de um modelo estrangeiro, passando pela identificação, teste de validação e filtragem de pressupostos, inserção de especificidades locais, reconstrução do modelo, e finalmente, teste e implementação. Esse método foi ilustrado por meio do caso de uma empresa metalurgica brasileira de médio porte. O