Resenha
RA 21044915
RESENHA DO LIVRO
ORWELL, George. 1984.
Brasil: Companhia Editora Nacional
Ciência, Tecnologia e Sociedade
Docente: Manuel Ramon
São Paulo, Brasil
2015
1984 é, sem dúvidas, uma obra fascinante tanto para a interpretação dos tempos em que foi escrita quanto para ser relacionada aos tempos atuais. Por ser refletida, em parte, no cenário mundial da época, soou como um aviso aos leitores como um futuro hipotético para a humanidade, recheado de guerras, autoritarismo e ausência de Direitos Humanos. No caótico mundo de Oceânia, não há privacidade ou lugares onde o Grande Irmão (Big Brother) não veja ou escute. Presos em uma guerra constante entre três continentes e sem conhecimento de um governo discreto porém repressivo, a única liberdade está na mente de cada indivíduo. "Adormecido ou desperto, trabalhando ou comendo, dentro e fora de casa, no banheiro ou na cama - não havia fuga. Nada pertencia ao indivíduo, com exceção de alguns centímetros cúbicos dentro do crânio". É justamente dentro do crânio, nas memórias e pensamentos de Winston Smith que boa parte da leitura acontece.
"Desde o fim do século dezenove, foi latente na sociedade industrial o problema de dar fim ao excesso de artigos de consumo. Atualmente, que poucos seres humanos têm bastante para comer, esse problema evidentemente não urge, e assim poderia vir a ser, mesmo sem a intervenção de um processo destruidor artificial. O mundo de hoje é um planeta nu, faminto e dilapidado, em comparação com o que existia antes de 1914, e ainda mais se comparado com o futuro imaginário aguardado pelos seus habitantes daquela era." De forma quase premonitória, a relação do Estado com seus cidadãos no livro é reflexo do medo e pessimismo existentes na época em que a obra foi escrita (1948), quando a bipolaridade ideológica EUA X URSS trazia a possibilidade de um bombardeio atômico que ameaçava intensamente o futuro da humanidade. O desestímulo do governo -