Resenha
Neste capítulo, João Wanderley Geraldi (1985), explícita que no sistema capitalista, de uma atividade importa o seu produto, assim a maior parte do tempo do ensino de língua portuguesa é gasta com a artificialidade imposta em seus exercícios e simulações de leitura, redação, interpretação e expressão oral e escrita.
Raridade é um aluno dominar o uso da língua em situações concretas de interação, entender e produzir enunciados adequados a cada contexto e perceber as dificuldades entre as diversas formas de expressão, saber sobre a língua analisando-a, dominando suas metalinguagens, suas características estruturais e de uso. Nisto percebe-se que a escola e o professor ensinam (com uma base ainda estruturalista), o aluno por sua vez "aprende se puder".
O compromisso do professor é possibilitar o domínio da língua mas na prática escolar a atividade linguística artificial pois na interação ele assume papéis de locutor e interlocutor ao mesmo tempo, o "o tu aluno " é sufocado ao produzir linguisticamente, restando-lhe apenas ser condicionado pelo "eu-professor-escola". Essa artificialidade compromete desde a raíz a aprendizagem, e o processo parece seguir da forma contextualizada para a descontextualizada afinal, para que ler? Em aulas de outras disciplinas fica mais claro esse porque, pois lê-se para responder um questionário que ás vezes já tem suas respostas dadas na superfície do texto, para passar no vestibular, obter um boletim todo azul, ou simplesmente para concluir essa etapa de condicionamento educacional chamada ensino.
Um texto é desdobável e pode se transformar em diversas leituras possíveis, numa leitura há sempre interesse em extrair alguma informação, nela o diálogo, o contato do aluno é com o texto e o professor é apenas um mediador deste contato pois ele também é um leitor e tem várias leituras possíveis, assim como o autor de um texto que se ausenta após escrevê-lo e se dilui no momento da leitura