Resenha
Disciplina de Administração Jornalística
Professora Sara Benevides
Resenha do filme “Tempos Modernos” (1936), de Charles Chaplin
O clássico do cinema mudo tem como plano de fundo a Grande Depressão pela qual os Estados Unidos passavam na época (a partir de 1929 até o início da década de 40), que foi sinônimo de desespero para o país, com o desemprego batendo à porta da maioria e as finanças em declínio. No filme, Chaplin é um operário de indústria cujo serviço é “automático”, mecânico, maquinal, em outras palavras, inconsciente. De tal maneira que, em certas cenas – e a partir de reflexões pessoais – a máquina (ou a indústria, a companhia, o próprio ambiente de trabalho) “engole” o funcionário.
O manejamento maquinário é apenas um acessório que, não apenas rouba a essência do trabalho e/ou do trabalhador, mas superestima o valor do instrumento em detrimento da parte mais fundamental de qualquer empresa – conceito que, apenas recentemente, tem ganhado espaço.Uma das críticas principais do filme gira em torno da forma de produção, na forma que a chefia da empresa impõe um padrão de produtividade, desrespeitando o expediente dos funcionários e desconsiderando a qualidade de vida destes. No filme, até o horário de almoço sofre um “corte”.
Em outras palavras, o funcionário não era substituído pela máquina, visto que também era necessário alguém que a manejasse, mas era tratado como uma. A relação patrão-empregado era o “modelo arcaico” (que, infelizmente, ainda persiste em algumas companhias) em que “o chefe manda e o funcionário obedece”, que a parte de gerência/supervisão da empresa se limita a dar ordens e resta ao trabalhador, executá-las, sem interferências ou questionamentos nesse meio. Todo esse tratamento vai de encontro ao Fordismo, teoria de Henry Ford e base da administração para muitas empresas ainda hoje. Ford defendia que o funcionário era uma peça-chave na empresa e precisava ser valorizado. Isto era feito através de um