Resenha

RESENHA SOBRE “O PRÍNCIPE” DE MAQUIAVEL

NATAL – RN
Nicolau Maquiavel foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. Nascido em Florença, ele viveu a juventude sobre o governo de Médici, durante a República Florentina, e ingressou no mundo da política aos 29 anos de idade, onde pode observar e estudar o comportamento daqueles que ocupavam o poder. Ele é considerado o precursor da ciência política moderna, ao analisá-la de forma crítica e realista. Dentre seus escritos, O Príncipe é provavelmente o mais conhecido.
O Príncipe é, de forma simplificada, um guia para a obtenção e manutenção do poder, nascido do desejo de Maquiavel de ver a Itália unificada e estável. Dividido em 26 capítulos, ele apresenta primeiramente os tipos de principado existentes e instrui o leitor em relação ao maior ou menor grau de dificuldade de conquistar e administrar cada um deles, de acordo com suas particularidades. A partir daí, aconselha o novo príncipe em como ele deveria agir em relação aos seus vizinhos, inimigos e aliados, destaca as virtudes que um governante deve possuir, discorre sobre a administração do governo em si, trata da fraqueza dos Estados italianos e finaliza com o sentimento de desejo que o novo príncipe conquiste e unifique a Itália.
A obra é um produto de seu meio. Escrita em uma época de grande instabilidade política, em que não havia estado central e tampouco legitimidade no poder, ela defende a necessidade do governante ser capaz de agir sem medir esforços, tratando a política e os jogos de poder não a partir de uma ideia pré-concebida e utópica sobre como eles deveriam ser, mas como o eram na realidade. Dessa forma, fora de contexto, o livro é por vezes mal interpretado, surgindo de forma errônea a frase “os fins justificam os meios”, que Maquiavel nunca chegou a efetivamente pregar.
A conquista e manutenção do poder que Maquiavel prega e ensina deriva-se de uma necessidade de estabilidade política, não pela simples detenção do poder