Resenha
Ética é daquelas coisas que quase todo mundo entende o que são, mas é de difícil explicação.
A Ética pode ser o estudo das ações e dos costumes, pode ser ainda a realização de um tipo de comportamento (ação).
Costuma-se separar os problemas teóricos da ética em dois campos: os problemas gerais e fundamentais (liberdade, consciência, bem, valor, lei) ficam de um lado; do outro estão os problemas específicos, onde existe uma aplicação concreta, como por exemplo problemas da ética profissional, política, sexual. Este é um procedimento apenas didático, já que no cotidiano não pode separá-los.
Existe, dentre tantas, uma questão especificamente ética, que o autor diz ser absolutamente fundamental: os costumes mudam e o que ontem era considerado errado hoje pode ser aceito, assim como o que é aceito entre os índios do Xingu pode ser rejeitado em outros lugares, do mesmo país até. Sendo assim é correto afirmar que uma nação seria errada apenas enquanto ela não se enquadrasse a um novo comportamento vigente. Não são apenas os costumes que variam, mas também os valores que os acompanham, as próprias normas concretas, os próprios ideais, a própria sabedoria de um povo a outro.
É claro que, de qualquer maneira, a ética tem pelo menos também uma função descritiva: precisa procurar conhecer, apoiando-se em estudos de antropologia cultural e semelhantes, os costumes das diferentes épocas e dos diferentes lugares. Mas ela não apenas retrata os costumes; apresenta também algumas grandes teorias, que não se identificam totalmente com as formas de sabedoria que geralmente concentram os ideais de cada grupo humano.
Max Weber, pensador alemão do inicio do século XX, mostra que essa ética não era, em todo o caso, simples, clara e acessível a todos. Pois os protestantes, principalmente os calvinistas, sempre valorizaram eticamente muito mais o trabalho e a riqueza, enquanto os católicos davam um valor maior a abnegação, ao espírito de pobreza e de sacrifício.