resenha
O curso de linguística geral (CLG), de Ferdinand de Saussure, é considerado o livro fundador da linguística como estudada atualmente. A pesar de ter tido papel decisivo na forma como a língua é estudada, o livro de Saussure também foi alvo de criticas e de questionamentos. Esses questionamentos vieram do fato de que o livro não foi escrito por Saussure e, sim, feito a partir de anotações dos seus alunos durante as aulas do curso que ele ministrava na universidade de Genebra. As criticas são referente como o CLG foi organizado e se ele realmente refletia o que Saussure vinha estudando ou pensando sobre a linguística, a língua e a linguagem.
A definição precisa do objeto língua deu lugar a um intenso debate que, por concordar ou por discordar, movimentou o campo das ciências humanas e produziu mais conhecimento acerca da linguagem no último século do que nos mais de dois mil anos de história da tradição gramatical. É bem certo que esse conhecimento é ainda muito pouco e muito mal divulgado. À exceção do trabalho acadêmico, não há preocupação com a divulgação científica de tais estudos para o conhecimento público o que o mantém restrito aos acadêmicos com prejuízo, sobretudo, do ensino. Professores recém-formados não se sentem preparados para confrontar a tradição defendida pela sociedade e acabam cedendo aos seus ditames, retomando o ensino tradicional de língua materna. Apesar de que isso pode ser facilmente observado no Brasil (cf. neves, 1994), a tradição gramatical greco-latina parece que se mantém firme em todo o ocidente. Após um século de pesquisas científicas acerca da linguagem, o debate sobre a epistemologia desses estudos volta a frequentar insistentemente os meios acadêmicos.
Isso se justifica pela premente inevitabilidade de se reorganizarem tais pesquisas, visto que seu desenvolvimento levou, dos estudos de um objeto, a uma pequena gama de outros objetos próprios da linguagem. Essa gama de objetos faz