Resenha
A obra consiste em um artigo publicado sobre o debate teórico entre Piaget e Vygotsky levando em conta a teoria do conhecimento e do desenvolvimento infantil.
A estrutura textual divide-se em seis partes, num total de dezesseis páginas, a primeira parte é uma introdução a respeito do estudo, enquanto que a segunda até a quinta se trata do desenvolvimento teórico do tema e a sexta parte é as considerações finais.
A polêmica entre Piaget e Vygotsky é permeada por uma profunda diferença entre os pressupostos filosóficos e os marcos teóricos de suas teorias do conhecimento. Piaget está orientado por uma perspectiva cognitivista-interacionista ancorada nos mecanismos de modelo biológico no que se refere à dinâmica do desenvolvimento, mas também por uma concepção sistêmica do pensamento, quando se refere aos diferentes patamares estruturais que este é capaz de alcançar ao longo da infância e da adolescência.
Articulando a construção conhecimento na criança com a história da evolução do conhecimento científico na humanidade como se fossem aspectos complementares de um processo, a teoria do conhecimento de Piaget acaba por afirmar a irrelevância dos aspectos sócio-culturais. Nesta perspectiva, está implícita em sua teoria a visão de que a produção do conhecimento científico se dá de forma sistemática e contínua sem as interferências político-ideológicas e sócio-culturais geradas ao longo da história do homem.
Os pressupostos sócio-histórico-culturais ancorados no modelo dialético vão em direção diametralmente oposta à linearidade mecânica de evolução do conhecimento assumida por Piaget. Vygotsky rejeita a identificação do desenvolvimento do conhecimento na história da humanidade com as etapas do desenvolvimento individual. Sua preocupação é buscar uma compreensão daqueles aspectos da dinâmica da sociedade e da cultura que interferem no