resenha

Da teoria à prática
Desde o Iluminismo, já sabemos (ou deveríamos saber) que uma sociedade só prospera quando cada um se solidariza com o problema do outro. Infelizmente, nem sempre essa teoria se verifica na prática. A desvalorização da arte na sociedade brasileira faz com que muitos não tenham acesso ao poder de mudança dessa atividade, exigindo uma mudança de postura, se quisermos construir uma realidade realmente democrática. Nesse contexto, entender os verdadeiros motivos desse problema é o melhor caminho para pensar nas soluções adequadas.
Em um primeiro plano, pode-se perceber que a arte pode desempenhar um expressivo poder de transformação. São muitos os exemplos de pessoas excluídas, sem perspectiva de vida, que encontraram um caminho na pintura, no teatro ou na escrita. Ao mesmo tempo, o horizonte de conhecimento se expande tanto quanto o senso crítico de alguém que entre em contato com obras valiosas da cultura. Na prática, porém, a maioria não tem sequer chance de experimentar essas transformações.
Na base desse problema, encontra-se algo mais grave. Trata-se do enorme descaso do Poder Público quanto a essa realidade. De fato, as numerosas quadras de futebol em todos os cantos do país contrastam com a ausência de bibliotecas, salas de cinema ou museus em regiões periféricas. Mais grave ainda é a existência de um sistema educacional precário, sem valorização adequada dos professores. Sem voz para mudar essa situação, os marginalizados deveriam contar com a ação de outros cidadãos, e isso não se restringe a postar imagens em redes sociais.
Diante disso, é preciso equacionar o problema. Se há algo errado, é porque o Poder Público é negligente. Se os governantes não cumprem seu papel, há uma sociedade que se omite. E se os cidadãos se omitem, são eles os principais protagonistas da mudança. Assim, torna-se evidente que a sociedade civil precisa se organizar, informada pela imprensa livre, no sentido de exigir mudanças e fazer sua parte.
Com isso,