Figuração e imagem Émile Benveniste observou que os gregos não possuíam originalmente nenhum nome para estátua, precisaram tomar emprestado de outros povos, por não possuírem de início, “a própria noção de representação figurada”. Benveniste não era especialista para intervir no debate sobre as origens da grande escultura grega. Contudo, ele afirmava que na origem os gregos não possuíam imagem figurada de representação. Um símbolo divino pode ter como função, mais do que figurar a potência sobrenatural e presentificar, pode algumas vezes efetuar e realizar na concretude de uma forma. O simbolismo religioso é antropomórfico e teriomórfico e é muito diferente de um catálogo de imagens que visam representar de forma mais ou menos semelhante à aparência das divindades. Uma estátua que é cultuada, seja qual for a sua forma, mesmo humana, não é necessariamente uma imagem, percebida e pensada como tal. A categoria da representação figurada não é um dado imediato do espírito humano, um fato que seja constante e universal. Ele é mental e a construção dele é suposta de singularidade e delineado nitidamente nas relações mútuas e nas oposições ao comum real quando são noções de aparência, de imitação, de semelhança, de imagem e de simulacro. Benveniste abordou a questão da representação figurada entre os gregos e constatou que o vocabulário grego das efígies divinas aparece tardio, múltiplo, heteróclito e desarticulado. Os termos se justapõem e às vezes se sobrepõem sem constituir um conjunto coerente que se refira a uma ideia de representação figurada. Andriás- o pequeno homem – ressalta na efígie não seu caráter representativo e sim o próprio objeto que ele dá a ver em escala reduzida. O uso deste termo conforma-se ao uso comum de designar a imagem cultual diretamente com o nome do deus figurado, em vez de usar um dos termos que designa a estátua. Plutarco e Pausânias associaram os termos brétas e xóanon para ver a designação da forma mais primitiva