Incrível. Sensacional. Mágico. O circo da noite não tem um personagem principal. O enredo gira em torno do Le Cirque des Revês, um circo misterioso e bem diferente que aparece da noite para o dia em vários lugares do mundo e, além de deixar os habitantes do local curiosos para o cair da noite – quando o circo é aberto –, conquista cada pessoa que passa por lá com suas diferentes e surpreendentes atrações: a contorcionista tatuada – mostrando que é possível caber dentro de uma minúscula caixa de vidro –, a bonita ilusionista – que faz a entrada da tenda sumir até que sua apresentação acabe, transforma a cor de sua roupa e faz surgir de seu casaco um corvo –, os gêmeos ruivos e seus gatinhos, além de um jardim feito apenas com gelo, um labirinto de nuvens, o poço de lágrimas e várias novas que surgem a cada dia. Diferente do que a sinopse mostra, o livro não é focado apenas no difícil romance entre Celia e Marco, ambos ilusionistas, que foram criados desde a infância para usarem o circo como arena até que apenas um deles sobreviva a um desafio imposto por seus instrutores. Erin Morgenstern fez com que todos os seus personagens tenham recebido o merecido destaque e não criou uma obra com apenas um ponto de vista; ela deu espaço para que o leitor se apaixone por Chandresh: o criador e dono do circo, Tsukiko: a primeira artista a entrar para o Le Cirque des Revês, Friederick: um relojoeiro incrível e criador do “fã-clube” do circo (Os Rêveurs), Poppet e Widget: os gêmeos que nasceram no dia da noite de estreia, Isobel: a vidente e Bailey: um menino que tem sua vida completamente mudada graças ao circo e que tem um final surpreendente. A bonita, criativa e polida escrita de Erin combina com o principal plano de fundo da história, a Europa do século XIX, e envolve o leitor de forma que a ficção se torne tão verdadeira a ponto de fazer com que este se veja dentro da história e se sinta um rêveur ou até um integrante do circo. Esta é, definitivamente, uma das