Resenha: o silencio na situação psicanalítica
O texto aborda a temática da função que silêncio exerce dentro da situação analítica de comunicação não verbal entre analista e analisando, tanto nos aspectos normais e estruturantes, quanto naqueles que representam ser destrutivos e desestruturantes. Considera assim, os aspectos da normalidade e patologia do silêncio e a interpretação do analista em relação ao mesmo. O autor faz a distinção entre o silêncio, que pode ocorrer em diferentes modalidades, graus e circunstancias, e o mutismo, que pode estar a serviço de uma proteção ao self ameaçado diante de uma timidez, e, portanto da pulsão de vida, ou constituindo uma forma arrogante, uma conduta de negativismo amplo e arraigado, a serviço da pulsão de morte. Esquematiza o silêncio em: simbiótico, bloqueio, inibição fóbica, protesto, controle, desafio narcisista, negativismo, comunicação primitiva, regressivo e elaborativo.
É importante que o psicanalista compreenda o silêncio como um desconhecido idioma de comunicação à espera de descodificação e tradução em palavras simples e compreensíveis. Existem vários tipos de silencio e cabe ao psicanalista conseguir discriminá-los para transpor aqueles que se tornam impeditivos a analise, e é através do estudo do mesmo, que poderemos ampliar os conhecimentos que nos possibilitarão tal atuação.
Baseada nas argumentações do autor, fico convencida que não podemos interpretar o silêncio unicamente como uma função de resistência, como atribuíam os psicanalistas pioneiros, mas que para cada particularidade de cada individuo e situação apresentada as interpretações receberão significado diferente.
Em atendimento de adolescentes, é comum que nos primeiros encontros, ele se mantenha excessivamente silencioso, devido ainda não ter desenvolvido condições para discriminar e abstrair, levando tudo no concreto, exigindo respostas imediatas, confundindo o real com o imaginário, tentando falar como adulto, exigindo opiniões e conselhos do