Resenha a polifonia em redações de alunos sob o ponto de vista da semiótica
A dissertação elaborada pela mestranda em Letras Vernáculas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Márcia Andrade de Morais, propõe uma incisiva análise no uso das técnicas de inserção da voz de outrem e suas respectivas implicações no sentido do texto. A autora, para tanto, irá calcar seu estudo nos postulados da teoria semiótica de linha francesa, de forma a melhor identificar as patologias inerentes às produções textuais de alunos das principais escolas públicas da cidade do Rio de Janeiro.
Visando uma melhor compreensão de suas análises por parte do leitor, Morais lança um “olhar sobre a teoria”, no qual ela expõe que a teoria semiótica busca a significação do texto a partir do próprio texto, isto é, trata o texto como o próprio objeto para seu estudo.
A mestranda também explica que a teoria semiótica é dotada, ainda, de uma metodologia para a depreensão dos sentidos dos textos; o percurso gerativo do sentido. Essa metodologia, por sua vez, divide a análise em três níveis de abstração; o fundamental, no qual se estabelecem oposições básicas que atribuirão uma axiologia ao texto; o narrativo, no qual se organiza a busca de um sujeito por um determinado valor-objeto; e por fim o nível discursivo, no qual acontece a concretização dos esquemas narrativos mais abstratos. O nível discursivo será tomado como foco na análise da autora, que visa trabalhar mais minuciosamente o interdiscurso presente nas redações do corpus.
A autora dá maior atenção, dessa maneira, ao nível discursivo. Explica que é justamente nesse, que aqueles outros níveis mais abstratos do percurso gerativo de sentido ganham forma. Porém, isso só acontece graças às técnicas de figurativização e tematização dessas estruturas mais abstratas pertencentes ao discurso. Morais define, dessa maneira, os temas como “conceitos que se referem