Resenha A partida
A Partida segue a história de um jovem que começa a trabalhar com "Nokanshi", uma espécie de agente funerário, responsável por preparar o corpo, colocá-lo no caixão e enviar a pessoa que morreu para um outro mundo, agindo como um guardião entre a vida e a morte. Porém seu trabalho é desprezado tanto por sua esposa quanto pelas pessoas a sua volta, mas através da morte é que ele começa a descobrir o verdadeiro sentindo da vida.
No início Daigo, tocava na orquestra (e sentimos com ele a decepção quando esta é dissolvida e ele fica sem emprego), depois a aventura de se mudar com a mulher para a cidade Natal. E a procura de um novo emprego para assim iniciar uma nova história.
Em seu novo trabalho, a experiência com o ritual que antecede a colocação do corpo no caixão vai mudar radicalmente a vida de Daigo. A cena inicial do filme na qual uma tela branca vai mostrando, aos poucos, um carro que trafega em uma estrada em meio a uma nevasca é paradigmático. Tanto que ela é repetida no meio do filme e aí já compreendemos melhor o que Daigo diz: -“Vejo o quanto foi inexpressiva a minha vida até agora”.
Conhecendo a história de Daigo também em sua vida pessoal. Assistimos à sua raiva contra o pai que abandonou a família quando ele tinha seis anos e, depois, à sua reconciliação madura com o homem que lhe ensinara a gostar de música e lhe dera o violoncelo da infância.
É com esse instrumento que Daigo toca no campo, ao ar livre, em meio a montanhas nevadas e gansos cruzando os céus, enquanto procura o pai dentro de si.
Com sensibilidade ímpar, a trama nos mostra o processo de resgate de uma história pessoal, familiar e cultural. O confronto com a morte e o novo trabalho, fazem com que Daigo se envolva com a vida, enfrentando preconceitos, transformando seus valores. Ao confrontar seus medos, revendo as dores de sua infância, o personagem tem a oportunidade de fazer novas escolhas, compartilhando conosco a