Resenha A menina que roubava livros
Nascido em 1975, autor de mais cinco livros, o australiano Markus Zusak ao falar de suas intenções ao escrever seu best-seller internacional, explica que queria escrever algo diferente do que já havia escrito.
O livro, que foi traduzido para mais de quarenta idiomas, conta a história de Liesel Meminger, a menina que foi deixada por sua mãe para viver com completos desconhecidos, e assim poder sobreviver em meio à guerra do governo de Hitler.
Todos nós sabemos que a vida é feita de altos e baixos, porém, os momentos de adversidade nos marcam de forma mais profunda, pois exigem mais de nós. Em meios as dificuldades, a roubadora de livros encontrará nas palavras, seu refúgio.
Tendo um envolvente enredo, a história é contada em uma espécie de diário da personagem, porém, tendo como narradora um ser bem diferente, a Morte que conta a história a partir de seus três encontros com a menina. Cativando cada vez mais o leitor, passo a passo, a história da garota alemã é contada, e o leitor em muitos momentos pode imaginar-se vivendo junto com a personagem.
Sua trajetória como roubadora de livros tem início com a morte de seu irmão, na viajem para Munique, onde acabaria por roubar O Manual do Coveiro. Apaixonada pelas palavras, o furto de livros acaba se tornando a saída para o consolo de sua alma.
O livro é divido em dez partes, e cada uma delas, composta por curtos capítulos, observações e notas da narradora que permitem que a leitura flua muito bem. O livro propõe diversas reflexões sobre a realidade, e nos põem em conflito com diversos sentimentos ao ir além da Alemanha nazista, explorando o choque de culturas e ideias, e a luta pela sobrevivência.
Em muitos momentos a escrita é sarcástica e bem descritiva, a Morte acompanha a jovem em sua trajetória durante a Segunda Guerra, e conta também a sua relação com este período e as tantas almas que levava diariamente. A escolha do autor em ter a Morte