Resenha: A Magia, Antônio Flávio Pierucci
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA CULTURAL
PROF. CARLOS VERSIANI
PIERUCCI, Antônio Flávio. A Magia. Coleção Folha Explica. São Paulo:
PubliFolha, 2001.
Resenhado por Marcelo Monteiro
Procurando estudar e entender as semelhanças e as diferenças entre os credos das sociedades primitivas e os das sociedades mais contemporâneas e tradicionais e a crença no magismo nos mais variados tipos de coletividade, o autor
Antônio Flávio Pierucci, antropólogo dedicado ao estudo da cultura relacionada ao misticismo e à religião esclarece, em A Magia, toda a temática que envolve o assunto. Fazendo classificações e distinções sobre os gestos de magia que fazem parte do cotidiano geral da população baseados em estudos relacionados ao tema feitos por si e por outros antropólogos de grande referência na área, o autor desenvolve suas ideias de forma precisa e bastante criteriosa.
Ele começa falando que a onipresença dos gestos de magia espontânea em nossa época, caracterizando variadas condutas em relação à magia que são praticadas em várias camadas da população, denotando que, atualmente, dadas as devidas diferenças sociais, é improvável que se associe a crença na magia e suas práticas aos povos primitivos. Para isso, Pierucci faz uma distinção entre três tipos de comportamento em relação à magia: os crentes, os semicrentes e os céticos, determinando características correspondentes a cada um e as associando aos seus referidos posicionamentos quanto às superstições: existem desde os indivíduos que admitem a existências de elementos sobrenaturais àqueles que julgam o credo mágico como infantil ou primitivo, definindo-o como “falta de critério”, ignorância ou atraso mental por portarem-se como pessoas cientificamente racionais.
No entanto, entre esses dois extremos, existe um extenso grupo de pessoas que “acreditam sem acreditar”: os semicrentes. São pessoas que admitem, nem
sempre conscientemente, a