Resenha: A Madona de Cedro
16 de Março de 2014.
Gilmar Leal.
A vida de um homem é colocada em xeque quando um trabalho misterioso e condenável oferece a felicidade almejada. A vontade de um velho paranoico é o manto que separa o amor e a ruína do protagonista. A atitude é inaceitável, a culpa é eminente, mas os frutos são doces e desejos e difíceis de serem ignorados.
É nesse contexto que Antonio Callado, renomado jornalista, escritor, dramaturgo, eterno membro da Academia Brasileira de Letras, dentre muitos outros trabalhos que merecem destaque, escreveu A Madona de Cedro (1957). Em sua bibliografia, pode citar obras como Quarup, Sempreviva, Bar Don Juan, Reflexos do baile e muitos outros. No presente romance, o autor procura dar dois tipos de sentimentos à obra e ao leitor. A culpa e o remorso se apresentarão em cada página e em cada corpo.
Em A Madona de Cedro, a pacata e histórica Congonhas do Campo é palco de um crime. Delfino Montiel, o protagonista, vive nessa cidade, trabalhando num comércio de esculturas feitas de Pedra-sabão herdado do pai, até aparecer a sua procura um velho amigo de infância, Adriano Mourão, que chega tendo em mãos uma proposta brilhante e ofuscante.
Adriano convida Delfino para ir ao Rio de Janeiro para encontrar seu chefe, o misterioso e obcecado Seu Juca Vila-Nova, porém poucos sabem como é o rosto do velho. Mas a viagem, para Delfino, rende-lhe o amor. Ali, em meio a mergulhos, se depara com Marta, uma jovem graciosa, encantadora e linda como o mar. Delfino se apaixona e objetiva seu casamento com a moça, fazendo o que for possível para concluir esse desejo.
Logo, é pela chama do amor que tudo se inicia. Delfino, disposto a casar-se com Mar, decide aceitar o trabalho de Adriano, pois somente desse modo estaria indo de encontro com a felicidade. Contudo, essa felicidade trás um fardo. E mesmo após 13 anos, o passado volta a doer e o pecado cometido o oprime fortemente. Decidido a se libertar, a