resenha - a culpa é de fidel
Esse tipo de repetição se torna um padrão ao longo da hora e meia da estréia na ficção de Julie Gavras, filha do grego Costa Gavras. Se o título do filme já indica o conflito pelo qual passará a jovem protagonista, a diretora não se furta a reiterá-lo plano após plano: assim como George Orwell escolhe animais para reduzir as questões políticas que metaforiza em A Revolução dos Bichos a valores de convivência, Julie Gavras toma o ponto-de-vista de uma criança para travestir uma oposição de sistemas políticos com nomes atraentes como solidariedade, compaixão e justiça. Mas Anna é uma garota esperta, e garotas espertas não se contentam com explicações parciais. Para ser convencida da beleza do rumo político escolhido pelos pais – o mesmo que a tirara de uma casa enorme, com um bonito jardim e uma criada de quem gostava – eles precisarão de mais do que meias-palavras.
Isso não significa, porém, que essas palavras não serão sempre as mesmas. Pois A Culpa é do Fidel logo deixa bastante claro não estar interessado em passar da