Resenha- A APREENSÃO DA FORMA DA CIDADE- KOHLSDORF

A APREENSÃO DA FORMA DA CIDADE, MARIA ELAINE KOHLSDORF

Através da publicação do livro A apreensão da forma da cidade é possível entender, primeiramente, que a autora acredita que as cidades falam, dizem-nos onde estamos e como podemos ir de um lugar para outro. Algumas falam com fluência, outras confundem. Essa facilidade ou dificuldade de compreendê-las depende muito de suas formas, de possuírem configurações únicas, capazes de cunhar sua identidade. Através de análises que buscam esclarecer melhor esse diálogo, Maria Elaine Kohlsdorf constrói seu livro; levando em consideração todas as informações transmitidas pelas cidades que facilitam ou dificultam a orientação de seus habitantes. Assim, as questões analíticas de apreensão do espaço da cidade localizam-se tanto em sua utilização, voltadas a aspirações sociais, quanto nas possibilidades de informação, pois, os lugares possuem capacidade de transmitir mensagens que serão interpretadas como revelação de certos sinais codificados.
O interesse da autora pelo assunto não surgiu dentro da sala de aula, mas do estágio feito nas favelas de Vigário Geral e do Morro União, no Rio de Janeiro. A partir deste interesse, Maria Elaine começa a desenvolver esta abordagem sobre a apreensão da forma dos lugares. Para que fosse possível a aproximação científica, foi necessário realizar um trabalho de observação da cidade sob condições íntimas de convivência, abordando relações sócio-espaciais e realizando atividades junto aos habitantes até o momento de não mais serem considerados forasteiros.
Inicialmente, a autora aborda três principais vertentes que observam o desempenho morfológico dos lugares para tipos distintos de aspirações:
1ª –Vertente da Estética: avalia a forma dos lugares por sua resposta a expectativas estéticas dos grupos sociais. É a vertente mais antiga e acredita que a arquitetura é uma realização humana dotada de beleza.
2ª –Vertente Psicossocial: avalia a forma dos lugares por sua resposta a