resenha trabalho e vida
Conferência pronunciada por para os profissionais do Centro de Reabilitação Profissional do INSS- Belo Horizonte, em 12.07.1989.
Tiago Mendes Teixeira*
Sônia Viegas em sua conferência busca, para falar do trabalho, a etimologia da palavra trabalho. Dentre os vários significados que a palavra assume durante os tempos na humanidade, constata-se que existem dois sentidos dados para o trabalho, um sentido positivo e outro negativo, enquanto um revela uma ideia de castigo e sofrimento o outro diz respeito ao cultivo, labor e cultura. “Trabalho e vida” são temas que são inerentes a existência humana e talvez a cultura tenha dado mais ênfase ao sentido mais negativo e depende de nós buscarmos o sentido positivo do trabalho.
Nessa contradição do sentido do trabalho, a autora questiona porque o trabalho tornou-se negativo, pois o sentido negativo pode colocar o trabalho como algo que seja anti-vida, que priva o sujeito de aproveitar a sua vida por inteiro. Na bíblia o sentido é outro, fala-se de uma “dureza de se ter que se fazer”, de sobreviver, de ser livre, o “risco de ser é o trabalho cotidiano”. Então, o sentido negativo que conhecemos em nossa sociedade é calcado na divisão do trabalho, no trabalho alienado segundo Karl Marx. Este é um trabalho anti-vida, pois ele não é a “construção do ser”, ele é apenas uma ocupação. O trabalho construtivo causa prazer e não sofrimento. O capitalismo dá um sentido muito específico ao trabalho, separa o sujeito do trabalho, fazendo com que eles sejam coisas diferentes, como um fenômeno desvinculado do ser que trabalha. Isso é que torna o trabalho torturante e sofrido, alienado. Marx fala: “o produto do trabalho é trabalho incorporado em objeto”. Assim, o trabalho fica incorporado ao objeto e se converte em coisa física,ele se objetiva, se objetifica, se torna uma coisa, se reifica. Então, o sujeito que fez aquilo não consegue se enxergar, se ver. Quando trabalho um