Sobre o sistema capitalista de produção capitalista é difícil responder por que ele falha constantemente e continua funcionando. Mas quanto a esse questionamento, a explicação para a reprodução é ao mesmo tempo uma resposta às crises. Na história do pensamento econômico são três as linhas básicas de análise sobre a reprodução capitalista. A primeira delas defende a noção de que o capitalismo é capaz de se auto reproduzir automaticamente, a segunda posição, contrariando esta, argumenta que o sistema é incapaz de se auto-expandir, necessitando dessa forma de alguma fonte externa de demanda para continuar crescendo, ou seja, sua reprodução depende de fatores externos ao sistema. Por ultimo, outra oposição defende a tese de auto expansão, mas o processo de acumulação conduz a crise e os limites do capitalismo são internos a ele. Cada posição possui uma noção particular a respeito das crises, por que elas ocorrem e o que elas significam. Cada linha de pensamento esta assentada em teorias e escolas de pensamento que serão analisadas a seguir. Dentro da perspectiva de sistema auto-regulador assentada na tradicional teoria burguesa do “laissez-faire” desde a teoria da “mão invisível” de Adam Smith até a teoria moderna de equilíbrio geral, o capitalismo é visto como um sistema suave, eficiente e harmonioso e por conta disso sempre será capaz de se reproduzir. A ideia de sistema auto-regulador deixa de lado as indagações quanto ao processo de regulação e, em lugar disso, enfatizam-se as idéias sobre o equilíbrio de crescimento estático ou balanceado como forma de proteger o conceito de equilíbrio quando este é pensado como um processo de ajustamento prolongado. As evidências empíricas demonstram que há uma freqüência regular nas crises do sistema capitalista e basicamente a forma encontrada para absorver essas evidências sem prejudicar a teoria do equilíbrio estático é admitir que as crises ocorrem por fatores externos ao funcionamento normal da reprodução capitalista.