RESENHA SOBRE O LIVRO Nunca Lhe Prometi 1
O livro se trata do relato da experiência de internação em um hospital psiquiátrico vivenciada por Deborah, uma adolescente de 16 anos que vem passando por um longo processo de sofrimento e progressiva alienação mental. A autora retrata de forma detalhista e impressionantemente realista sobre a vida, a patologia e os sintomas dessa jovem psicótica, incluindo a visão dos familiares e também a visão das outras internas que conviviam com ela no hospital. Hannah Green expressa em sua narrativa uma análise meticulosa da psicose por meio da psicoterapia, levando o leitor a experienciar os mundos riquíssimos, porém conflitantes de Deborah. O mundo exterior é representado por sua família, na qual ela não se sente efetivamente como parte integrante, sentindo impossibilidade de participar da mesma devido aos conflitos decorrentes dos relacionamentos que foram estabelecidos com base em preconceitos arcaicos, tanto com a família (por exemplo, seu avô que não gostava de mulheres), quanto com os amigos da escola e dos acampamentos que freqüentava (que a hostilizavam por ser judia). Já em seu mundo interior no qual ela se refugia, povoado por seres místicos, cósmicos e extraordinários, ela vivencia a possibilidade de ser opor à realidade do mundo exterior que é sentida por ela como custosa para se viver. O livro foca no conflito entre esses dois mundos e sua fuga gradativa para o seu mundo interior, o mundo de Yr.
A autora tem uma narrativa ampla, que engloba os diversos aspectos da patologia, apontando também para os questionamentos da psiquiatra durante o tratamento, bem como suas evoluções e retrocessos, articulando os sintomas com a etapa de desenvolvimento em que a menina se encontra, ou seja, considerando os problemas e as mudanças típicas da adolescência, vivenciadas por Deborah.
Deborah, ao se dar conta da sua existência, a aceita de