Resenha sobre o artigo: Suicídio de idosos sob a perspectiva de gênero
Stela Nazareth Meneghel; Denise Machado Duran Gutierrez; Raimunda Magalhães da Silva; Sonia Grubits; Lilian Zielke Hesler; Roger Flores Ceccon
RESENHA
Suicídio tem sido um tema muito discutido, pois tem acometido pessoas de diversas faixas etárias. A proposta dos autores no artigo referenciado é de fazer um olhar sob a perspectiva de gênero como fator de risco na população idosa em diversas regiões do Brasil. A escolha de metodologia do estudo foi qualitativa utilizando a técnica de autópsia psicológica de Shneidman², onde foram realizadas entrevistas com profundidade com familiares e conhecidos dos idosos que cometeram suicídio.
Outros estudos citados pelos autores mostram aspectos bem conhecidos sobre a prevalência de suicídios consumados em homens e maiores tentativas de suicídio em mulheres¹. A taxa de suicídio entre homens chega a ser quatro vezes maior que em mulheres e um dos fatores apontados para essa diferença pode ser a maior letalidade dos meios utilizados pelos homens para cometer suicídio4,5.
Para compreender os resultados encontrados e a forma que estes foram analisados é importante citar o conceito de gênero compreendido pelos autores do estudo. Basearam-se no conceito de Joan Scott “que o considera [gênero] uma categoria complexa, socialmente construída, em que existem diferenças de poder entre os sexos”14. Compreendem o gênero como um aspecto social e relacional, onde um é compreendido como complementar ao outro.
Os resultados encontrados nesse estudo foram divididos em duas categorias principais: feminilidade sem valor e masculinidades fraturadas. Ao fazer essa análise os autores concluíram que as diferenças de gênero se traduzem pela vulnerabilidade devido à forma como os indivíduos foram socializados. Para mostrar isso cito alguns resultados encontrados em cada categoria.
Na categoria feminilidades sem valor percebemos alguns fatores de risco como: adultério (por parte do companheiro),