Resenha sobre Policarpo Quaresma Parte I
O livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto, nos faz conhecer a história de um personagem que lutou pelos seus ideais e interesses, criticando o nacionalismo exagerado, nos trazendo à tona uma nova perspectiva de construção da identidade nacional brasileira.
Policarpo é descrito pelo autor como um indivíduo solitário e sistemático, pequeno, magro, portador de "pincez-nez", sempre de fraque e cartola. Funcionário público do arsenal de Guerra, dono de uma biblioteca, repleta de livros exclusivamente sobre o Brasil, não alimentava ideias de casamento, vivia em companhia de sua irmã Adelaide, com pouco contato com outras pessoas, além de seu compadre sua afilhada Olga e Ricardo Coração de Leão. O major levava uma vida confortável e aparentava não possuir grandes ambições materiais: suas preocupações estão concentradas no amor idealizado pela pátria brasileira. Isolado pelo sonho de reforma no país, alimentava uma ideia fixa em relação ao progresso e a liberdade do país, tinha por nosso país um sentimento sério, grave e absorvente, achava que o patriotismo o faria um conhecedor do país inteiro, de modo a querer apontar os seus problemas e resolvê-los com pleno conhecimento de causa; por esse nacionalismo exagerado Policarpo era motivo de chacotas entre vizinhos e colegas de trabalho.
A Obra de Lima Barreto nos faz refletir acerca das valorizações e dos altos cargos, bem como da defesa de interesses particulares em detrimento da formação profissional sólida e de contribuições efetivas para a coletividade, quando o autor satiriza os valores e comportamento das elites brasileiras. A festa na casa do general Albernaz reúne diversos representantes da sociedade carioca e permite o estabelecimento de críticas ao modo de vida das camadas mais favorecidas da população brasileira do período. O noivo de Ismênia, Cavalcanti, representa a valorização, conferida pela sociedade, aos indivíduos com formação