Resenha sobre contextualização
Pedro Demo*
Resumo
Inovar a educação é promessa eterna, porque – segundo se crê – educação é uma das fontes principais de mudança, com o toque ulterior de ser mudança apropriada, aquela mais bem feita. Inspirando-se em Christensen, o texto discute armadilhas da inovação, entre elas: pretender inovar sem inovar-se; buscar controlar o processo de inovação; viver de promessas impossíveis ou de promessas mesquinhas. Os dados sugerem que nosso sistema educacional é inepto: as crianças não aprendem, os professores tendem a ser muito mal formados e mal pagos, a escola está ficando para trás, novas tecnologias não têm chance, e os alunos reclamam cada vez mais. Assim, “reformar” este sistema já não é o caso, porque o sistema já não possui razão suficiente para continuar existindo. Imprescindível seria mudar profundamente, quase começar de novo, em parte para poder estar à altura das necessidades dos alunos em novos tempos, em parte para corresponder aos cuidados pedagógicos da aprendizagem reconhecida crescentemente como desafio continuado. Referência fundamental é o professor, que, afinal, é o agente principal da mudança. Mudar o professor é crucial, porque praticamente todas as mudanças na escola são mudanças docentes. Criticar apenas não basta (nunca basta). É fundamental garantir novas oportunidades. Palavras-chave: Mudança. Controle da mudança. Transformação social. Inovação disruptiva
Urgent ruptures in education Abstract
To innovate education is an eternal promise, because – as is believed – education is one of the principal sources of change, with the ulterior insight of being the appropriate change, the one better done. Taking inspiration in Christensen, this text discusses innovation traps, of which some are: wanting to innovate without
* Pós-Doutorado, University of California at Los Angeles; Professor Titular da universidade de Brasília. E-mail: pedrodemo@gmail.com
Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 18,