Resenha sintética de Os Donos do Poder - Raymundo Faoro
1. A guerra, o fundamento da ascendência dos reis. As bases da monarquia patrimonial: as contribuições e os concelhos O governo português, em sua forma mais incipiente, é analisado em um contexto histórico de forma a introduzir o conceito de organização hierárquica de poder da época. O autor dá destaque àqueles que possuíam importantes cargos e, consequentemente, a autoridade sobre alguma parte da sociedade, desenhando um mapa de suas relações de soberania e de subordinação. A noção de propriedade também é posta em discussão, principalmente quando se trata de ela pertencer ou não à Coroa, juntamente com a definição de territórios, reinos e fronteiras. São esses conflitos por terra que dão inícios às guerras e geram a necessidade da escolha de um governante soberano. Os concelhos são criados com o intuito de a nobreza obrigar o Rei a defender militarmente seu território. As classes passam a ser definidas e iniciam-se os conflitos entre senhores.
2. Os fundamentos ideológicos da monarquia: o direito romano O direito considerado como ponto inicial da justiça é o Justiniano, porém, mais tarde, é definido como pilar do Estado português o direito romano. De certa forma, Faoro define que o direito romano foi usado como argumento para as atitudes da nobreza e do clero, o que, de maneira errônea, pode ser entendido como justificativa para seus atos. Ele – o direito romano – não é propício ao desenvolvimento comercial, no entanto, serve muito bem para a ascensão administrativa do soberano.
3. O Estado patrimonial e o Estado feudal O Estado feudal era baseado na propriedade dos meios de produção. Com métodos extremamente exploradores, injustos e com uma gama de senhores feudais, o governo se tornava descentralizado e desorganizado. O advento da economia, da troca comercial, da criação de uma moeda, entre outros, foram quesitos importantes para a formação do Estado patrimonial. Um Estado moderno, com tendência