Resenha Rolland Barthes
Texto: Aula, Rolland Barthes Em sua primeira vez como professor na Collège de France, Barthes dá uma aula inaugural de semiologia literária, como convite de seu amigo Michel Foucaut a quem fez vários agradecimentos por está numa prestigiada instituição que o denomina como “fora do poder”. É nesse momento, ele começa a discutir as formas e relações de poder na sociedade. O autor deixa claro o reconhecimento de que mesmo em uma instituição que se situa à parte do poder não tem como escapar do mesmo, pois não há como se desprender e fugir do caráter onipresente do poder que se engendra em sua fala e ensino. Para ele, o poder é “pluralista e não concentrado”, “ubíquo” e “trans-social”, pois a linguagem é onde reside tal poder. O autor vê a língua como uma imposição opressora por sua estrutura de regras e normas, e assim o diz que não enxergamos por negligenciarmos as classificações que língua tem e que a torna opressora. Também diz que nem é reacionária e nem é progressista, mas, fascista sim por impor o que diz. Dá pra notar o tom dialético e revolucionário que Barthes dá em sua fala, característico do inconformismo em ideologias utópicas, principalmente do marxismo francês. Como não há liberdade na linguagem, pois para ele liberdade se entende por não ser subjugado e não subjugar, o autor sugere uma atitude subversiva quando diz: “trapacear a língua como arma contra ela mesma”, pois é em seu interior que tem que ser combatida, que para ele cabe à Literatura. Ele a considera um estrago na linguagem, por possuir um caráter revolucionário e uma reflexividade infinita do saber, além de que, nela o sujeito é exposto ao leitor, fazendo assim um contato direto. Barthes se arrisca ainda para uma discussão filosófica (que, diga-se de passagem, a mais complexa da história do conhecimento humano) que é a da compreensão da realidade. Ele diz que o real é irrepresentável, desconsiderando todo um embate epistemológico histórico. Posteriormente ele apresenta