Resenha - Relato de um Náufrago
RAFAEL NATAN ARCOVERDE SILVA
RESENHA
“RELATO DE UM NÁUFRAGO” de
GABRIEL GARCÍA MARQUEZ
PONTA GROSSA
2014
MARQUEZ, Gabriel García. Relato de um Náufrago. 7.ed. Rio de Janeiro, Record, 1970. Título original: Relato de un Naufrago. Ano da publicação original: 1970.
Em “Relato de um Náufrago”, García Marquez conta a história de Luis Alejandro Velasco, marinheiro colombiano que sobreviveu dez dias no mar após o naufrágio de um navio que vinha dos Estados Unidos. Apesar de ser considerado herói da pátria e ter feito uma pequena fortuna com publicidade, Velasco procura García Marquez no jornal onde este trabalhava, El Espectador, para contar a verdadeira versão da história, a qual ele não pôde contar devido à censura imposta pela ditadura militar que regia o país no ano do ocorrido, 1955.
Originalmente publicada em forma de reportagens em série, o jornalista contou a história de Velasco em primeira pessoa e revelando a verdade: o navio não tombou devido à uma tempestade, como contava o governo e o próprio marinheiro, mas sim por causa da carga de mercadorias contrabandeadas (eletrodomésticos, móveis, etc.) que a tripulação trazia dos EUA.
O autor descorre, ao longo dos quatorze capítulos da obra, a trajetória de Velasco desde um dia antes de partir de Mobile, Alabama, com destino à Cartagena, Colômbia. Após 8 meses na cidade estadunidense, os 8 marinheiros do destróier Caldas haviam arranjado namoradas, amigos, e feito compras para si, para familiares e para amigos. É notório que é proibido o transporte de mercadorias em navios da marinha, tornando tudo contrabando.
Velasco, antes de ir embora, atendeu aos cinemas para assistir o filme “O Motim do Caine” (no Brasil, o filme foi traduzido como “A Nave da Revolta”, mas a tradução do livro adotou o título mostrado anteriormente), onde um navio enfrenta uma tempestade brutal. Com o pensamento da tempestade, o jovem marinheiro não conseguiu