RESENHA Por Que Afinal Matamos2

Resenha do livro Por que afinal matamos?

FARIAS, Francisco R. de. Por que, afinal, matamos? Rio de Janeiro: 7Letras, 2010.

O presente texto tem por objetivo trazer ao leitor a reflexão sobre a criminalidade ao qual tanto tememos, suas origens e por quês.
Para tanto, o autor traz algumas teorias pisicalíticas como a fase do espelho, a aquisição do “nome do pai”, aquisição dos desejos infantis (primeiro prazer, primeiro amor) e a busca infinita deste desejo e como “o vazio ocupa o espaço da ausência quando a falta do objeto torna-se insuportável” (pág 26). Fala da relação de pesquisador e detento, ambos refletindo sobre si mesmos, a realidade do mundo e “acontecimentos que se cruzam - o ato de pesquisar e o ato de matar” (pág. 22).
Outrossim, o autor se utiliza de grandes nomes da literatura como: Freud, Lacan, Hobbes, Sade, Canguilhem, Foucault, dentre outros, para elucidar a reflexão de forma mais rica do que é a criminalidade, por que o ser humano é detentor de tal ato e como se dá a existência e manifestação desta faceta.
Farias fala sobre a criminalidade como forma de máxima destruição e também de destruição da subjetividade. Fala também sobre a relação do SUPEREU dentro de uma “instância que exige o gozo em caráter desmedido e de forma cruel” (pág. 103). Traz também a reflexão sobre a relação do crime original e a sociedade consumista e ostentativa. Situa “desejo e gozo no cerne da interpretação sobre a crueldade” (pág. 129).
Com intuito de deixar mais interessante os de bates e reflexões, o autor foi em campo e realizou uma pesquisa com homens presos e no livro trouxe três desses entrevistados que se propuseram a participar da pesquisa. Todos os três alegam serem pessoas boas e tudo que não querem é voltar para o presídio após conseguirem a liberdade. Todos têm a mesma opinião em relação a influência que existe dentro do presídio para se tornar ou se “especializar” no mundo do crime. Cada um com experiências, crimes e comportamentos diferentes, mas com os