Resenha paulo freire pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa/ são paulo: paz e terra, 2002 – (coleção leitura) 25ª edição
Essa obra está dividida em três capítulos que tratam de temas inerentes a tarefa de educar no sentido amplo do termo. O capítulo 1 trata particularmente da postura docente, enquanto os capítulos 2 e 3 tratam, respectivamente, da problemática criada em torno da transferência de conhecimento e as especificidades da prática docente pertencentes à essência humana.
A Pedagogia da Autonomia trata o processo educacional como um processo de construção do indivíduo histórico-social e enfatiza que a educação é uma forma de se intervir do mundo e, sobretudo, está centrada em aspectos ideológicos, portanto deve-se esclarecer que a autonomia não se dá de um dia para o outro, mas sim precisa ser construída.
Contudo, o ponto de vista defendido na obra explicita que se deve respeitar o conhecimento que o aluno traz para a escola, visto que o mesmo é um sujeito social e histórico e, além disso, deve-se compreender que a formação dos indivíduos vai além do treino de habilidades para o desempenho de destrezas.
Freire inicia o texto afirmando que “não há docência sem discência”, pois “quem forma se forma e reforma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado”. Com isso, esclarece-se que o ensino não depende exclusivamente do professor, assim como a aprendizagem não é algo apenas do aluno. Em seguida, aborda-se a questão da necessidade do rigor metódico e intelectual que o educador deve desenvolver em si próprio para que possa orientar seus educandos a seguirem também uma linha metodológica de estudar e entender o mundo.
Além disso, Freire salienta que educar não é a mera transferência de conhecimentos, mas sim uma conscientização dos aspectos essenciais à vida do educando. Sobre esse contexto faz-se necessário explicitar que a visão de ensinar, para Freire, requer uma aceitação dos riscos, enquanto algo inovador rejeitando quaisquer tipo de discriminação e essa proposição