Resenha Os Crimes Da Rua Morgue Edgar Allan Poe
Esse conto traz traços peculiares em sua narrativa. O narrador é um personagem que não se identifica, não oferece muitas informações sobre onde e quando ocorrem os fatos, só sabemos que acontece na cidade París.
Logo no início da obra ele apresenta o Sr. Dupin que será seu companheiro por todo o conto. Ele também não oferece muitas informações sobre como perdeu seu dinheiro, sobre sua origem, mas observamos que ele tem um poder de análise dificilmente encontrado a não ser como o narrador anônimo mesmo diz: pelos jogadores de xadrez e de whist. É tão impressionante esse poder de análise do Sr. Dupin que em dado momento ele consegue ler os pensamentos de seu amigo narrador somente pelos fatos desenrolados ao longo do dia.
Esse poder de análise foi muito importante para ajudar a desvendar os mistérios do crime da Rua Morgue e libertar um inocente que havia sido preso em lugar do real criminoso, que para nossa surpresa, era um orangotango. Diferentemente do que estamos acostumados a encontrar em contos policiais, era um ser irracional, que nem pode responder pelo que faz, sem motivo para cometer um crime, não havia nenhum plano mirabolante para executá-lo e depois escapar sem deixar provas. E para completar, por ser tão absurdo, impensável e simples foi descartado pelos policiais. Por fim observamos que a pesar de ser um conto descritivo ele acontece de forma bem rápida e com por menores complexos a ponto de não nos deixarem presumir o real assassino, além do fato de não conhecermos os personagens vizinhos profundamente para tirarmos nossas próprias conclusões e incriminá-los ou inocentá-los tentando assim desvendar o mistério.
POE, Edgar Allan - Os crimes da Rua Morgue – Ficção Completa – Contos Policiais