Carta Roubada
“A carta roubada”, de Edgar Allan Poe
Rafael Geraldo Vianney Peres – Mestrando UFU1
Ivan Marcos Ribeiro – Doutor - UFU2
Edgar Alan Poe 1809-1849. http://www.poetryfoundation.org/bio/edgar-allan-poe. Daguerreótipo de 1848.
Esta resenha tem como objetivo analisar o conto A carta roubada, de
Edgar Allan Poe (Histórias extraordinárias. Seleção e trad. José Paulo Paes. São
Paulo: Companhia das Letras, 2008.), tendo em vista a avaliação do caráter romântico da obra, em detrimento dos moldes científicos provenientes da aristoGraduado em Letras, pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). Aluno mestrando em Teoria Literária na Universidade Federal de Uberlândia (Ufu), sob orientação do Prof.
Dr. Ivan Marcos Ribeiro.
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Doutor pela Universidade Estadual Paulista, membro do Programa de Pós-graduação em
Letras da Universidade Federal de Uberlândia.
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Evidência, Araxá, v. 8, n. 9, p. 171-174, 2013
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cracia. Com a ascensão da burguesia no final do século XVIII e sua consolidação em meados do século XIX, um novo modelo cultural, filosófico e político passou a confrontar a aristocracia decadente. Contudo, os métodos científicos desta continuaram a ser cultuados, sendo mais incisivos do que outrora. Houve então, a partir daí, um intenso conflito entre o Romantismo em voga e o cientificismo arbitrário e racional.
Baudelaire diz que Poe alia habilmente literatura com teorias científicas.
Sabe-se que o autor de A carta roubada, além de sua eminente verve artística, era um ávido pesquisador das ciências. Sua formação eclética contribuiu para que ele engendrasse notáveis discussões filosóficas em seus textos. Parece paradoxal a ideia de Edgar Poe utilizar diversas teorias científicas e racionais em seus contos. Todavia, o escritor usa tais métodos justamente para atacá-los, já que ele faz com que seus personagens investiguem de maneira lógica suas emoções mais singulares até os mesmos comprovarem que não existe nenhuma