Resenha - Norberg-Schulz - O fenômeno do Lugar
O Fenômeno do Lugar
Eduardo Duarte Ruas
Universidade de Brasília – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Norberg-Schulz arquiteto e urbanista nascido na Noruega formado pelo Instituto Politécnico de Zurique em 1949. Destaca-se como teórico com importantes publicações sobre arquitetura clássica italiana e o barroco, foi um dos primeiros teóricos a se aproximar do pensamento de Martin Heidegger e a defender uma fenomenologia do lugar. Foi também um dos fundadores do grupo PAGON que é o equivalente norueguês ds CIAM’s. Em seu texto ‘O fenômeno do lugar’ Norberg-Schulz defende que a arquitetura se afaste da ciência e tome sua posição como arte, busca em Martin Heidegger fundamentos para sua teoria e finalmente mostra o papel da arquitetura desligada da ciência. Inicialmente o autor define o conceito de ‘lugar’ que é de fundamental importância para o entendimento de sua teoria. Lugar seria a totalidade criada entre coisas concretas e uma qualidade ambiental. Aproxima-se muito do conceito de Fatos Urbanos proposto por Aldo Rossi ao defender que as cidades e os lugares possuem um espírito próprio inconfundível. “Portanto, um lugar é um fenômeno qualitativo ‘total’, que não se pode reduzir a nenhuma de suas propriedades, como as relações espaciais, sem que se perca de vista sua natureza concreta”. A qualidade ambiental dos lugares seria definidora das atividades humanas. Funções similares exercidas em lugares diferentes tendem a ser realizadas de maneiras diferentes, pois, os espíritos dos lugares são diferentes. Por exemplo, no Brasil quando vamos jantar esperamos encontrar uma mesa posta com garfo, faca, colheres, copos e pratos, já no Japão a mesa conta com hashis e tigelas de porcelana. Afastando-se ainda mais da ciência, Norberg-Schulz defende que a única maneira descrição da totalidade qualitativa dos lugares é a poesia. Como o espírito dos lugares é uma