RESENHA: Moderno, pós-moderno e a nova poesia brasileira, de Antonio Sérgio Bueno e Wander Melo Miranda
No primeiro momento, podemos localizar o nascedouro de uma poesia engajada politicamente, oriunda de movimentos sociais atrelados às lutas populares, evidenciada na estética cepecista. Nesse contexto, inserem-se, ainda, os concretistas que, resguardadas as singularidades, trouxeram para o campo formal e estético o processo de ruptura e levante libertário já configurado no cepecismo.
Por volta da década de 1960 e 1970, os autores apresentam outros movimentos que, também com suas singularidades, construíram correntes estéticas e de pensamento com base na posição de deslocamento dos centros de produção e circulação da literatura. A partir desse contexto, emerge a Geração Mimeógrafo dos marginais, a poesia pornô e as manifestações de base contracultural e do “desbunde”.
A partir das transformações culturais advindas com o fim da ditadura e a efervescência de outras questões sociais e políticas que começam a ganhar visibilidade, os autores apresentam a poesia do final de 1980 e início de 1990 como deslocada do ideal coletivo outrora verificado em movimentos como o cepecismo e embasada na individualidade e nos questionamentos de subjetividades deslocadas, em crise. Dessa forma, virão à tona uma infinidade de poetas, cada um com seu modelo de escrita e de concepção de arte e do “ser artista”. Esse seria, portanto, o segundo grande momento da poesia contemporânea brasileira, marcado pela dissolução de