RESENHA JANELA DA ALMA
Direção de João Jardim e Walter Carvalho
“ Experiências, percepção, visão interior, forma de ver, seleção”
Ao ver o documentário minha percepção se tornou alterada, perceber diferentes formas de ver em pessoas com diferenciações em sua visão modificada da nossa, fez-me refletir. Será que o que vemos é suficiente? Sempre pensei que olhar é diferente de ver! Ver o que realmente somos, o que nos rodeia, o que o outro quer nos mostrar, é algo difícil, porque é uma forma de olhar completo, como um todo e não um olhar físico de um órgão único! O poeta Manoel de Barros ressaltou o olhar que vem do interior, como se tudo saísse de dentro para fora, transborda-se em sentidos, transformando, transfigurando o modo como artista “vê”e como é”! As vivências ao decorrer do tempo são semelhantes por todos nós, tenhamos ou não dificuldades de enxergar, algumas boas outras ruins e outras nem tanto. Construímos e nos baseamos nas nossas experiências anteriores, vamos experimentando coisas novas e constuíndo nosso chão. A lição de Saramago dizendo que “ para conhecer algo é preciso dar a volta toda”! Não basta somente ver um lado, temos que ver tudo, fazer a volta toda para poder ter a compreensão! A multiplicidade de imagens que percebemos todos os dias, é tão descomunal que acabamos não dando conta de tudo que passa diante de nós, perdendo assim, o mais singelo, o mais importante! Minha escolha para comentar foi o cineasta Wim Wenders. A ideia de que enxergamos não somente através de nossos olhos e sim em conjunto com nosso corpo, foi muito interessante, pois é mais um sentido de sentir, aguçado, vivo, vibrante! Ele fala do quanto precisa do enquadramento dos óculos para sentir-se bem, seguro, pois sem eles acaba tendo uma visão maior que a de costume e isso o perturba, ele quer ter uma visão mais contida do mundo, selecionando