Resenha: Guerra da Bósnia
Guerra da Bósnia: o Cerco de Sarajevo e o Massacre de Srebrenica
A antiga Iugoslávia foi criada após a Primeira Guerra Mundial, englobando seis repúblicas: Bósnia-Herzegovina, Croácia, Montenegro, Macedônia, Eslovênia e Sérvia, além de Kosovo e Voivodina, províncias sérvias. Invadido durante a Segunda Guerra, o país adotou um regime socialista não-alinhado, o qual constituiu um fator de unidade sob a hegemonia da Sérvia. Com a crise do socialismo real, entretanto, movimentos separatistas obtiveram destaque na Eslovênia e na Croácia juntamente com a Macedônia, em 1992. A partir de então, o governante da Iugoslávia, Slobodan Milosevic, reuniria esforços para impedir a fragmentação do país frente aos separatismos nacionalistas, agravados pela grande diversidade de etnias, idiomas e religiões.
Na Bósnia e Herzegovina cresce o nacionalismo sérvio que quer restaurar a chamada Grande Sérvia, formada por Sérvia e Montenegro, parte da Croácia e quase toda a Bósnia. Quando os bósnios decidem pela independência do país e os sérvios não aceitam, os combates entre os dois grupos intensificam-se. A situação de guerra civil é caracterizada em abril de 1992. A Guerra da Bósnia traduz a tentativa de reprimir a busca pela independência dos muçulmanos na região, quando os sérvios, contando com o apoio do governo de Milosevic, promoveram o primeiro genocídio na Europa depois do Holocausto. O Cerco de Sarajevo foi um de seus dramáticos episódios, provocando a morte de milhares de civis com o uso desproporcional de força militar. Durante quatro anos a cidade foi marcada pelo assassinato em massa e pelas precárias condições de sobrevivência dos bósnios no tocante ao abastecimento e à falta de segurança diante dos constantes bombardeamentos. O Massacre de Srebrenica, ocorrido sob o comando do general Ratko Mladic, constitui outro vergonhoso exemplo de desrespeito aos Direitos Humanos, materializado em assassinatos, “limpeza étnica” e estupros. A